domingo, 29 de abril de 2012

Lua teimosa !

Lua teimosa ! Madrugada. Lua desaforada, parece que está mal humorada. Agora entendo o porquê dessa situação. Ela vai ter que desaparecer, sumir, esconder-se em algum outro lugar. Bem feito, lua. Ela foi obrigada dar sua vez aos pingos solitários da chuva. Presto atenção no tic tac das gotas no telhado. De repente pára. Recomeça. A lua é teimosa como teimosa é minha insônia, tem a ousadia de querer voltar ao palco. Coitada. Logo é engolida pelas nuvens. As partículas da chuva explodem numa cadência Suíça. Ah, já estou acostumado. Deixa eu sair de casa, andar. Bora... Miquito Mendes!

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Nunca antes na História deste País um veículo de comunicação foi tão descaradamente direitista quanto tem sido a Veja. Mas o pior não é isso. O pior é vender mau jornalismo como jornalismo. É vender editorial, parcialidade, opinião como fato. Isso não tem nada a ver com liberdade de imprensa. Tem a ver com irresponsabilidade cívica. O que, se não é, deveria ser crime.

sábado, 14 de abril de 2012

Pode ???





Pode ? ...

Imaginamos o seguinte: um cara entra em coma por uns 10 anos, ao acordar e ler o noticiário com certeza vai entrar em coma novamente....Não dá pra acreditar que estes Senadores irão fazer parte da CPIM...não dá mesmo, Assim não tem jeito...pô...

Miquito Mendes!

terça-feira, 10 de abril de 2012

Fotografias clicadas por mim !









A VISÃO DO FOTOGRÁFO!

"A visão do fotógrafo não consiste em ver, mas em estar ali.
A fotografia não tem memória, antes oferece um corte do tempo. Não há fotografia sem o acontecimento por ela registrado. O acontecimento é rei: a ousadia do fotógrafo que o domestica não faz mais do que veicular essa soberania. "

Júlio Pomar

quarta-feira, 4 de abril de 2012

A Cachoeira !




Cachoeira, embriago-me ouvindo seu som, sua magia envolve-me de tal forma, que perco a noção de tempo, não sei dizer quanto de tempo é o tempo que permaneço perdido nesse tempo.Ali, imagino tudo e nada. De repente, num repente, lembro-me da música de Vivaldi: As 4 Estações. Meu coração enche de alegria mais.Meus olhos percorrem a moradia daquela Cachoeira. Deus, que bonito !


Miquito Mendes !

domingo, 1 de abril de 2012

Itanhandu, Sul de Minas Gerais, e o golpe militar de 1964 !




ITANHANDU, Sul de Minas Gerais, e o golpe militar de 64!


Somos origem de família humilde, meu pai não chegou a completar o grupo escolar. Exerceu durante sua vida, vários tipos de trabalho: dono de laticínios, marceneiro, adorava lapidar pedra. Lia muito, chegou a escrever na década de 30/40 poesias nos jornais da região.

Logo após o golpe militar, começou o tormento em nossa família. Minha tia pertencia ao partidão, fora obrigada a partir para o exílio. À época, muito amiga do ator Mário Lago, fazia um programa na Rádio Nacional no Rio de Janeiro quando esta foi invadida pelos milicos. O ator conseguiu escapar do cerco, minha tia não teve a mesma sorte. Foi presa, mas conseguiu escapar. Até aí, nada de mais, pois milhares de brasileiros que foram contra o golpe militar sofriam da mesma “sorte”. Mas, em nossa família, sobretudo eu, e mais dois irmãos, crianças ainda, começou o flagelo. Em Itanhandu, nossos amigos das peladas de rua, do beti, do esconde-esconde desapareceram. Íamos para as ruas brincar, cadê nossos amigos? Fomos isolados, chamavam-nos de “ comunistinhas e Brizolinhas”. Qualquer homem ou mulher, pessoas de todos os naipes, passaram a ter um certo poder, pois bastavam apenas fazer uma denúncia( igual a chamada idade das trevas, que foi a inquisição na idade média, apenas uma pequena desconfiança e fogueira nelas) os milicos ou o Dops ia conferir. Ficamos um bom tempo na quarentena, brincávamos apenas entre nós, mas sempre com medo, sim, sentíamos medo. Meu pai ia comprar seu cigarro, e nas ruas sempre alguém perguntava:- Onde está sua irmã? Onde está seu filho?
O Prefeito de Itanhandu, extremamente de direita, denunciava todo mundo. Certa vez, este Prefeito deu tanto azar ao ligar para o DOPS em Belo Horizonte , dizendo que desconfiava que minha tia e meu irmão se encontrava na cidade. Do outro lado da linha, quem o atendeu era um delegado amigo da família, nessa época uma ligação para BH , pra ser completada, tendo sorte, demorava no mínimo 6 horas.O delegado ligou de imediato para Itanhandu dizendo o que havia acontecido, pra esconder a pessoa denunciada urgentemente.

Faço este relato, simples, de pessoas simples, porque até hoje, eu e meus irmãos carregamos a lembrança da discriminação sofrida.

Obs: Uma pergunta me atormenta, como o Tancredo Neves conseguiu sair ileso do golpe militar? Vários prefeitos daqui do Sul de Minas foram perseguidos, alguns caçados, mas o político Tancredo de Almeida Neves continuou sua vida.


Miquito Mendes!