Saudades da escola,
Criança admirava,
Àquela professora sentada
na velha cadeira.
Disfarçado olhava,
Que calcinha malvada.
Olhava seus pés cansados,
Descansando em cima das tábuas.
Ela ditava o ditado,
Coitado de mim,
Fascinado, imaginava...
Minhas pequenas mãos
Acariciando aqueles pés,
e subindo até os tornozelos e subindo...
Em meus ouvidos chegava sua voz
distante e ao mesmo tempo cheia de magia.
Lá ,sentada, continuava a ditar o ditado,
Quê me importa?
Eu precisava apenas ficar
admirando, o vai e vém,
Daquelas pernas inquietas
naquela cadeira defronte ao quadro negro.
Que calcinha divina e malvada,
Malvada porque seria impossível,
Pra mim,
Um dia,
Minhas mãos chegarem até lá!
Miquito Mendes!
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