sábado, 3 de março de 2012

Chuva ...















Chuva!
Boca da madrugada. Calor. Ate o vento que sai dos peitos da Serra da Mantiqueira secou. Olho o céu, os primeiros sinais do dia rasgam a escuridão. Olho novamente o céu, procuro alguma nuvem, mesmo que seja pequenina, na esperança que ela possa transformar-se em gotículas, ou pelo menos numa poeira de chuva. Nada. Em minha volta projetam-se no chão as sombras das árvores. Meus olhos teimam cavalgar não sei dizer se no infinito ou apenas num ponto perdido e qualquer do céu, esperança tola a minha, hoje, não terei chuva. Boca da manhã. Reparo as folhas. Aquela semente. Nenhuma gotinha de orvalho. O sol, que muitas das vezes no inverno eu ouso chamá-lo de preguisoço, hoje, vinga-se de mim, lá vem ele com toda sua majestade massacrando. Páro. Penso.Olho qualquer coisa.O eco do meu pedido , para que caia dos céus a chuva, explode somente dentro do meu peito.Fico resignado. Num derradeiro olhar de clemência olho a terra e digo:- Vamos para mais outro dia...

Miquito Mendes!

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