sábado, 19 de março de 2011

A fumaça mágica....




















Quando quero caminhar pelo surrealismo,
Carrego um sanduba e a fumaça mágica.
Por exemplo, hoje,
Deitado na grama, saboreando a fumacinha,
Vejo o Kadu e a Paula,
Voando na vassoura mágica
Da magapatalógica.
Ligeirinho , dou mais uma sentida obrigatória,
Na fumacinha milagrosa.
Daí,
Vejo a Arca de Noé,
Encalhada num córrego,
puto da vida, querendo processar o homem,
Não aconteceu nada daquilo,
Que havia sido prometido.
Ora, vejam só,
Não é que me parece
O Jô Soares dizendo:
De hoje em diante,
Meu programa vai chamar,
Jô 24 no ar.
E olhe lá...
O Barack Obama,
dando uma escapulidinha,
agarrando uma mulatinha.
Incrível...
Aparece à minha frente,
Tarzan e a Jane, chorando,
Dizendo que o pessoal,
Do meio ambiente,
Deram porrada neles,
Quebrando seus dentes.
Sanduba e outra tragada mágica,
Vejo o Maracanã,
Sendo invadido
Pelos sem terra.
É guerra.
Ilusão passageira,
Numa bagageira,
Cheio de gagueira.
Pistola na mão,
Django desafia:
Quem vai me enfrentar?
Alguém protesta,
Ah, cara vai se ferrar.
Tio Patinhas lamenta,
Sentou numa pimenta.
Eitha...fumacinha ...
Mágica...bombástica, sem estática.
Nossaaaaaaaaa....
No Congresso Nacional,
Não é possível,
Só pode ser ilusão ótica.
O senador José Sarney,
Discursa no Senado,
Completamente pelado.
A galera filou o restante
da fumaça mágica,
Agora perdeu a graça.
Vou de carona, nas asas
Daquela Garça,
que vai pousar,
naquela barca,
carregada de cigarros
sem marca.

Miquito Mendes

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