quinta-feira, 10 de março de 2011

O Andante !!!

















Sou um andante,
Chego num Povoado,
Páro em frente,
à um sobrado,
em forma de quadrado.
Dou uma fungada no ar,
Que mais parece, um soldado,
cansado, de sempre andar.
Olho ao meu redor,
Examino com o olhar.
Retiro do embornal,
Um velho Pão,
Embrulhado no jornal.
Aquele pão, de tão seco,
Quase não se conseguia comer.
Ò...mas que saboroso,
Em meu alvoroço,
Fome a me apertar,
E eu,
Jamais a lamentar.
Meus olhos,
Sem querer,
Pousam lá...
Naquela janela...
E vejo ela...
Com duração de
menos que um piscar de olho,
Desaparece do meu esboço.
Vou comendo,
aquele pão.
Uma mão, que não consigo explicar,
Segurava outro pão.
Disse: -Moço! Come este aqui,
Estacado fiquei ali.
Outra mão,
Me ofereceu um café,
e ela sentou-se ali,
Até eu terminar, o que me foi oferecido com fé.
Ela...sorridente,com aqueles dentes,
Cor de marfim,
Me examinava,
De baixo até o fim.
Por instante de um tempo,
Também a olhei,
E examinei todo o seu templo.
Permaneci calado...
Ela cantarolava tipo um achado,
Me levantei e agradeci
Ela sorri...
Abaixei a cabeça,
Em sinal de agradecimento,
e despedida.
O Andante foi adiante,
À Passos cadenciados,
E impressionado.
Atrás de mim,
Ouvi.: -..Ó moço!!!...
Volte aqui.
Parei.
E, novamente andei.
Ela emparelhou-se ao meu lado,
Eu permanecia calado.
Aquela minina tagarelava,
Igual patativa adestrada,
Num rápido salto,
Pulou à minha frente,
E tão somente,
Decobri,
Que ali, àquela hora,
Te havia encontrado.
Mas segui adiante,
Ela persistia igual a um gigante.
Na minha frente,
Abriu os braços toda contente,
E disse assim:
-Moço...qual seu nome?
- Pode me chamar como quiser.
Ela sorriu, sorriso de minina levada.
Fechei meus olhos,
Ela, sem receio e nem medo,
Em meu rosto,
Senti seus dedos.
O Andante foi,
Como sempre,
Adiante.
Ela gritou:
- Volta aqui,um dia, vamos ser amantes?

Miquito Mendes !

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